23 de setembro de 2016

Segundo Cérebro





Segundo Cérebro





Para funcionar corretamente o aparelho digestivo está ligado a uma vasta rede de neurônios distribuídos desde o esôfago até as últimas partes do intestino. Parece uma extensão do cérebro, que lá do crânio coordena todo o processo de absorção dos nutrientes. Parece, mas não é. Os neurônios de baixo são independentes dos de cima: uns poucos neurônios fazem a ponte entre os dois, mas eles agem de maneira autônoma. A descoberta foi anunciada no diário americano The New York Times pelo biólogo e anatomista Michael Gershon, do Centro Médico Columbia-Presbiteriano em Nova York. Os neurônios do ventre, conhecidos há muito tempo, têm sua própria memória, sentimentos e provavelmente podem aprender, informa o jornal. Alguns cientistas acham mesmo que o cérebro do ventre é mais antigo que o outro, pois os seres mais primitivos, como as medusas e águas-vivas, têm um organismo simplíssimo. São pouco mais que um intestino. É razoável pensar que tenham desenvolvido primeiro o cérebro da digestão, diz o gastroenterologista David Wingate da Universidade de Londres.
Ele é chamado de segundo cérebro, pois tem uma complexa rede nervosa e neuronal em permanente comunicação com o cérebro. Recentemente, foi descoberto que o intestino contém células capazes de identificar o sabor dos alimentos. Existe uma comunicação constante do intestino com o cérebro e vice-versa. Um exemplo da influência do cérebro no intestino é que, em situações de estresse e ansiedade, as pessoas sofrem as alterações intestinais, aumentando a necessidade de ir várias vezes ao toalete ou apresentando reações opostas, como a paralisação do seu funcionamento”, indica a nutricionista Caroline Fernandes, especialista em saúde da mulher e nutrição gestacional
O intestino comporta-se também como um órgão endócrino. As células intestinais produzem, secretam e ativam peptídeos que agem no controle do apetite e saciedade e podem trazer benefícios, como a redução de peso corporal, melhorando o controle glicêmico e a sensibilidade à insulina.” Na prática, explica a nutricionista, significa que “a insulina vai agir de maneira mais eficiente no organismo. O pâncreas vai secretar menos insulina, e isso acarretará melhor controle da glicose no organismo

» SAÚDE INTESTINAL

•Para manter o intestino saudável, é preciso ter uma alimentação variada, contendo diferentes fontes de nutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), associada à ingestão frequente de água e líquidos (1,5 a 2 litros por dia). Muito importante também é a atenção aos estímulos intestinais, ou seja, responder à vontade de evacuar. Uma quantidade diária de 25g a 30g de fibras variadas deve ser adaptada à dieta.
•Evite alimentos industrializados, embutidos e conservas. Esses alimentos são irritantes da mucosa intestinal.
•Deve-se praticar atividade física regular; respeitar o funcionamento do intestino, não deixar a vontade de ir ao banheiro “passar” porque não está em casa e não gosta de usar outros banheiros. Não usar laxantes indiscriminadamente e sem orientação médica. 
Nosso sistema digestivo tem 9 metros de cumprimento e lá existe o que alguns pesquisadores chamam de “segundo cérebro”, com meio bilhão de neurônios e mais de 30 neurotransmissores. Tudo isso para controlar a extração de energia dos alimentos. Mas não é só isso: os neurônios da barriga também podem interferir no cérebro e afetar comportamentos e emoções.
Em nosso  sistema digestivo também vivem 300 espécies de bactérias. Elas que sempre foram associadas a infecções são, em sua maioria, fundamentais para o organismo. Um homem de 1,70m e 70 Kg, por exemplo, possui aproximadamente 30 trilhões de células humanas e 39 trilhões de bactérias. Ou seja, seu corpo contém mais células não humanas do que humanas.

Você sabia que seu intestino é o seu segundo cérebro ?

Sim, ele é. muitos casos de depressão severa advém de um intestino que funciona mal. A fala “enfesado” vem justamente daí, um intestino enfesado gera um humor ruim, mas porque isso? Quase todas as endorfinas e serotoninas que você precisa são fabricadas pelo seu intestino. Sabe-se hoje que corpo e mente não se separam, formam uma unidades inseparável.  Vamos saber um pouco mais sobre isso. Foi em 1970, que Candace Pert (1997), entre outros, falaram ao mundo sobre as moléculas da emoção produzidas pelo cérebro, ou seja, os neuropeptídeos. Entre esses os mais conhecidos são as endorfinas. Essas são como uma chave ou fechadura para a nossa experiência com a dor e com o prazer.
Quando comemos algo, como por exemplo pimenta, e sentimos prazer, estamos na verdade sofrendo a influencia das endorfinas. Ou seja, tem coisas que sentimos uma mistura de dor e prazer, quando na verdade era para sentirmos somente dor. Quem já não ouviu a expressão “dor de amor”? Pois é… em 1979, os pesquisadores descobriram que determinados componentes do sistema imunológico, os linfócitos células T, tem receptores para uma endorfina chamada metionina-encefalina. A descoberta confirmou conclusivamente que os neuropeptídeoss, como as endorfinas, são mediadores entre o cérebro e o sistema imunológico. Inversamente, os pesquisadores descobriram  também que a glândula Timo elabora uma substância chamada timosina fração 5 que estimula os hormônios supra renais, os quais tem efeito sobre o sistema nervoso central. As endorfinas cerebrais se conectam ao sistema imunológico e a moléculo timosina do sistema imunológico se conecta com o cérebro. Pois é, a novidade é que a maior parte disso tudo, de todas essa química, é produzida em nosso intestino, hoje chamado pelo cientistas como nosso segundo cérebro. Saibam que é da via de mão dupla da conexão psiconeuroimunológica entre o cérebro e o sistema imunológico está estabelecida com os nossos intestinos. Conexões de mão tripla digamos assim, ou talvez quádrupla pois isto também inclui o sistema endócrino.
Deixemos a ciência um pouco de lado e vamos falar de maneira simples: somos um sistema totalmente integrado, um exossistema corporal, tudo esta interligado e hoje sabemos que o nosso intestino é muito importante nessa integração. De brinde, o grande parte de toda a serotonina (molécula da alegria) produzida no organismo é produzida pelo intestino.
Então cuide bem dele e mantenha seu humor “desenfesado”.

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